O que é Acne
25 de maio de 2020Cuidados básicos com a pele
29 de setembro de 2020É um dos tipos mais comuns de alergia cutânea.
É uma doença genética, crônica, caracterizada por pele seca, eczema, lesões avermelhadas, ressecadas, com crostas e coceira. Essas lesões são mais comuns nas dobras dos cotovelos e da parte de trás dos joelhos.
Não é uma doença contagiosa. Podem-se tocar as lesões, que não há nenhum risco de transmissão.
A dermatite atópica pode também vir acompanhada de asma ou rinite alérgica, porém, com manifestação clínica variável.
A característica principal desta doença é a pele muito seca, com coceira importante, que leva a ferimentos, além de outros sintomas, como, por exemplo: áreas esfoladas causadas por coceira, alterações na cor da região afetada, vermelhidão ou inflamação da pele ao redor das bolhas, áreas espessas, ásperas ou grossas, que podem surgir após irritação e coceira prolongadas.
Geralmente, trata-se de um quadro inflamatório da pele que vai e volta, podendo haver intervalos de meses ou anos, entre uma crise e outra. O eczema pode provocar comichão intensa, e o ato de coçar a lesão pode deixá-la ainda mais irritada e pruriginosa. A coceira pode levar a lesões da pele pela unha, o que facilita a invasão e contaminação das feridas por bactérias, podendo gerar infecções.
Muitas vezes, a coceira é tão intensa, que prejudica o sono e leva a escoriações na pele. Pode atrapalhar o dia a dia e afetar a qualidade de vida.
Por ser uma doença crônica, é muito importante saber como cuidar da pele.
QUEM PODE TER DERMATITE ATÓPICA?
É uma doença muito frequente, que acomete 10-20% das crianças no mundo e 1-3% dos adultos. Na maioria dos casos, ela começa na infância e vai melhorando até a adolescência. Porém, pode persistir na vida adulta.
Cerca de 90% dos casos surgem antes dos 5 anos de idade.
É uma doença mais comum hoje do que era há 30 anos. Ainda não se sabe o motivo deste aumento da incidência.
Algumas situações estão relacionadas com um maior risco de desenvolver dermatite atópica, por exemplo:
- história familiar de dermatite atópica, asma ou rinite alérgica é o principal fator de risco para a DA. Existem crianças que desenvolvem estas 3 doenças relacionadas à atopia.
- morar em cidades maiores, com maior índice de poluição, em climas mais frios, aumentam o risco de ter a dermatite.
- mulheres tem risco um pouco maior do que os homens de terem o problema.
O QUE CAUSA A DERMATITE ATÓPICA?
Sabemos que não é uma doença infecciosa ou contagiosa! Não há risco de contágio ao tocar a pele de uma pessoa com a dermatite.
Existe uma predisposição genética para o desenvolvimento da doença, ocorrendo com maior frequência quando há casos na família de atopia- dermatite atópica, asma ou rinite alérgica.
50% dos pacientes com dermatite atópica grave têm asma e dois terços, rinite alérgica.
Há uma hipersensibilidade do organismo a alérgenos do ambiente, com resposta exagerada aos estímulos. Além disso, na dermatite atópica existe uma falha na barreira cutânea, que é uma proteção normal do nosso organismo aos agentes externos e que confere integridade à pele. Por isso, a pele é sempre seca, podendo ficar inflamada e com coceira, quando exposta a determinados fatores.
Alimentos não causam dermatite atópica. Mas, as alergias alimentares podem piorar o problema. Como leite e derivados, castanhas e frutos do mar.
É fundamental ter a avaliação médica antes de restringir qualquer alimento por conta própria, uma vez que a nutrição é crucial para o crescimento e desenvolvimento das crianças.
COMO SÃO OS SINTOMAS DA DERMATITE ATÓPICA?
dermatite atópica tem características diferentes em cada idade. Suas manifestações são distintas nos bebês, crianças e adultos. Em geral, os sintomas vão e voltam, tem períodos de melhora e de piora, as chamadas crises.
Pode surgir no primeiro ano de vida:
– com ressecamento da pele
– coceira
– descamação
Principalmente no couro cabeludo e no rosto.
Pode levar a irritação, escoriações na pele e dificuldade de dormir.
Na infância, a dermatite acomete principalmente as dobras dos cotovelos e atrás dos joelhos. As lesões podem acometer também o pescoço, punhos, tornozelos, pernas, glúteos. São avermelhadas e com coceira. A pele pode ficar mais espessada e grossa
De modo geral, 90% dos casos de dermatite atópica surgem antes dos 5 anos de idade.
Metade dos pacientes com DA continuarão a ter sinais e sintomas leves de dermatite na idade adulta.
Nos adultos, a dermatite ocorre nas dobras- cotovelos, joelhos, pescoço.
Pode ocorrer ao redor dos olhos, nas pálpebras.
Pele muito ressecada e prurido constante, podem ocorrer.
Os adultos que tiveram dermatite atópica na infância, geralmente têm pele seca, muito sensível, que pode ficar irritada facilmente. Podem ter eczema das mãos e nas pálpebras.
Por isso, é importante aprender a proteger e hidratar a pele, para a vida toda.
COMO É O TRATAMENTO DA DERMATITE ATÓPICA?
O objetivo do tratamento da dermatite atópica é o controle da coceira, a redução das lesões da pele e a prevenção das recorrências e exacerbações.
O tratamento envolve 3 pilares: cuidados com a pele, modificações de estilo de vida e medicamentos. Pode parecer muita coisa, mas seguir o plano de tratamento ajuda muito, pode evitar as crises e exacerbações. O dermatologista pode dar várias dicas e orientação de como encaixar no dia a dia as recomendações.
Devido à pele ressecada e às alterações de barreira cutânea, a base do tratamento é proteger a pele de mais ressecamento e o uso de hidratantes. Pacientes devem ser orientados a aplicar os hidratantes, sem perfume, algumas vezes ao dia, após o banho, e sempre que a pele estiver muito seca.
Outro fator importante é fortalecer a barreira da pele, evitando o contato com substâncias irritantes e alérgenos ambientais, como poeira e pólen, sabonetes com perfume, produtos de limpeza doméstica, roupas de lã em contato direto com a pele e tabaco. Banhos quentes devem ser evitados, porque ressecam mais a pele. O ideal é usar água fria ou morna.
Também se deve dar preferência a sabonetes líquidos, sintéticos, mais compatíveis com o pH da pele, que é ácido (pH5,5).
O uso de anti-histamínicos por via oral pode ajudar aliviar a coceira, que costuma incomodar muito os pacientes. Alguns podem causar sonolência, mas ajudam a diminuir a coceira durante o sono. O dermatologista irá orientar a medicação mais adequada para cada paciente.
A maioria dos casos é tratada com medicamentos tópicos, aplicados diretamente sobre a área afetada. Cremes ou pomadas de corticoides, de diferentes potências, podem ser utilizados, de acordo com as características de cada paciente. Esses medicamentos devem usados com cuidado, com orientação médica, devido aos seus possíveis efeitos colaterais. Outra classe de medicações são os derivados da calcineurina, que podem ser usados como medicamentos tópicos poupadores dos corticoides.
Nos quadros mais intensos, pode- se indicar a fototerapia, tratamento com câmaras de luz ultravioleta, que emitem uma radiação controlada, que é eficaz no controle do eczema.
Em casos mais graves, os pacientes poderão precisar de medicações orais, incluindo imunossupressores, como ciclosporina e metotrexate, entre outros, cada uma com suas particularidades e cuidados.
Recentemente, um novo medicamento foi aprovado para adultos com quadros graves de dermatite atópica. Essa medicação é injetável e bloqueia substâncias específicas do sistema imunológico, que estão relacionadas à dermatite atópica.
Muitas vezes, o paciente com dermatite atópica pode apresentar complicações que pioram o estado da pele, como as infecções secundárias. Nestas situações o uso de antibióticos é indicado.
Nestes casos mais graves, o atendimento com vários especialistas pode ser necessário, porque, geralmente, há associações com asma, rinite, sinusite, ansiedade, por exemplo.
É fundamental a orientação médica, para a avaliação das necessidades de cada paciente e a orientação mais adequada e específica.
Importante não se automedicar. As pessoas são diferentes, o que é bom para uma pessoa não é necessariamente o mais adequado para a outra pessoa. Além disso, as medicações têm potenciais efeitos colaterais e devem ser usadas com cuidado e orientação médica.
PREVENÇÃO
Fortalecer a barreira da pele e usar hidratantes específicos para pele muito seca são a base do tratamento da dermatite atópica. Esses cuidados devem ser tomados tanto nos momentos de crise, quanto nas fases de remissão.
Dicas de cuidados:
- Banho: mornos e curtos. Os banhos quentes e muito demorados acabam ressecando muito a pele, piorando o problema e levando a mais coceira.
- Sabonete suaves e líquidos. Deve ser evitado o uso de buchas e de muita quantidade de sabonete. Esfregar demais a pele também não é recomendado.
- Aplicar hidratantes logo após o banho e algumas vezes ao dia. Os mais recomendados são os para pele seca, muito seca ou sensível, sem perfume.
- Evite roupas de lã em contato direto com a pele. Caso outros tecidos levem a irritação, evite usá-los. Retirar o selo/ etiqueta das roupas pode reduzir o estímulo de coçar a pele.
- Mantenha a casa limpa e arejada, evitando adornos e enfeites que podem acumular ácaros, como tapetes e cortinas. Ao limpar, é interessante usar pano úmido, para evitar que a poeira doméstica entre em suspensão e se espalhe.